POESIAS EM FOCO

sexta-feira, 18 de junho de 2010

ALTO PAVÃOZINHO



Alto Pavãozinho
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Do alto da minha doce moradia via-se
de longe o sino a tintilar e meu coração
em arpejos toantes no ápice
de criança via o tempo passar

Lambuzava-me em mil pensamentos
tempos idos que nunca pude alcançar,
lembrança que em em meu peito mora,
saudades contida do meu lugar... 

Se hoje choro dos teus olhos distantes, e se
o destino quis de te me afastar, corre em
meu peito saudades em soluços do solo que
meus pés infante veio massacrar... 

Oh! alto da minha infância... pavãozinho dos meus
amores devassos, pavãozinho do pejo meu... a te
menestrel de acordes incultos dedico meu poetar
como tributo ao muito que outrora que tu me deu.

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Essa poesia é um tributo ao meu querido bairro Pavãozinho na cidade de Senador Pompeu-Ce. Lá vivi meus primeiros madrigais em uma casinha em cima do alto no Bairro são Francisco, onde juntamente com minha mãe , meu pai e meus sete irmãos ficávamos namorando ás estrela até que o sono viesse. Guardo nidas lembranças daqueles tempos idos, ficávamos ali pegando aquela brisa mansa vinda do que na Época chamavam VENTO DO ARACATI, até que o sino da Matriz anunciasse onze horas; pronto era sinal de alerta, sinal de recolher para um novo dia de árduo serviço. Naquele cantinho vivi dias de grandes amores e desilusões, sabores e dessabores, até que um dia o destino fez dele distanciar-me largando de vez seus aconchegantes braços, e hoje o que me resta é a saudade e a distância que perdura no meu peito; que muitas vezes se transforma em matreira menina e tresloucada corre para os torrãos(poço), para banhar-se nas águas límpidas do rio patu, pinotar sem siso da ponte férrea, pular o muro alto do sítio do sr. Chico Aurora pra furtar algumas sirigueiras e ao chegar em casa levar um sova de chinelo de corro-cru do Sr. chico Argemiro pelo o mal-feito.

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Vantuilo Gonçalves

Um comentário:

  1. Parabéns pelo texto. Um tributo às suas raízes, ao seu povo. Cheia de lirismo. Bendita a árvore, cuja copa que perpassa as estrelas, que não se esquece da raiz. Jamais cairá e o infinito será o limite.

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