POESIAS EM FOCO

sexta-feira, 18 de maio de 2012

O DESABAFO DO PERNILONGO


DESABAFO DO PERNILONGO

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Vou embora minha gente
Que a coisa tá de lascar
A pobreza está tamanha
Que sangue até vai faltar,
Tó pegando a estrada
Em busca de outro lugar.
...
Não quero morrer de fome
Neste mísero lugar,
Por aqui não houve inverno
E a coisa vai apertar...
O feijão está em alta,
E até água vai faltar!
...
Se é pra ficar aqui
E vê o povo clamar...
Por comida e por bebida,
E ver o poder calar,
Prefiro pegar a estrada
E morrer em outro lugar.
...
Quando aqui não há inverno
Dá desgosto até falar,
A água fica barrenta
E a gente fica a penar,
Vendo o gado passar fome
Na pastagem a definhar,
...
E eu que sou sanguinário
Como um POVO, acolá,
Que suja os cofres públicos
Sem um vestígio deixar
Vou picando o pé no mundo
Pro "PODER" não me "CAÇAR".


***

Vantuilo Gonçalves





sexta-feira, 11 de maio de 2012

DIA DAS MÃES




DIA DAS MÃES

Mãe, a ti recorro em busca de colo,
Busco no seu mundo infinito o refúgio
Para resguardar-me das agruras
De um mundo perverso.

Mãe, a ti recorro com mãos e alma
Encarquilhadas pelos dissabores;
Dissabores que abstém-se somente
No colo seu...

Mãe, a ti recorro em busca de paz;
Esta paz que se faz verbo,
Verbo que se faz menino
A lambuzar-se na sua ternura.

Mãe, a ti recorro em busca do nada;
Pois o substancial já me deste. A VIDA.
Mãe obrigado pelo o legado a me deixado.
Obrigado pelo a graça, de poder ser chamado de seu filho.
SEU FILHO, SEU FILHO...


terça-feira, 8 de maio de 2012

DITANDO MEMÓRIAS


DITANDO MEMÓRIAS

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Enquanto o tempo corre na ampulheta
Vejo os meus dias ditando memorias,
E minha pena versifica a esmo
Velhos ditames da minha história.
Velhos rabiscos em minha caderneta
Contam histórias de amore sem fim...
E clarificam sabores de outrora,
Mas emudecem pedaços de mim.

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segunda-feira, 7 de maio de 2012

CONTANDO O TEMPO



CONTANDO O TEMPO

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Enquanto meus tímidos passos cambaleiam
Nas veredas árduas e solicitas do meu existir;
Ainda posso vislumbrar no fusco do meu viver
A*ampulheta preguiçosa a remoer auroras idas.

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quarta-feira, 2 de maio de 2012

TU ÉS...



TU ÉS

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É o sismo que indômito beija minhas noites,
Mistério a iluminar meu sol nascente...
Candura que inebria as tardes idas;
A ânsia a arraigar-se em meus pensamentos.
...
És brisa que cochicha em meus ouvidos,
A tez a despertar minha ilusão...
A boca a ensandecer minhas vontades,
A gana que me leva a exaustão.
...
És fruto que sacia a minha fome,
Pedaço da minha vida - próprio chão.
O ápice que declina em minhas noites,
Verdade ou fruto da imaginação...
...
É o dúbio que me deixa tresloucado,
Fartura ou Migalhas de um pão!
Um grito entalado na garganta
A espera que eu espero em comunhão.

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