POESIAS EM FOCO

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

PRA VOCÊ



***

Pra você eu dou meus versos
E o doce mel do amar,
A neve branca do céu, e o ébano do meu olhar
A pureza de um menino e o meu desejo de amar.
Pra você eu dou a vida,
Dou a minha mão amiga na alegria e na dor;
Serei seu pão e guarida à sua garoa
Amiga pra refrescar seu calor.
Pra você eu dou a cor, dou o vento e a quimera,
Dou a luz e a primavera, dou meus braços ao luar...
Dou minha boca matreira
Pra teus beijos repousar.




terça-feira, 27 de setembro de 2011

PARTILHA

Quero dividir contigo meu pranto,
E partilhar o pão que me ofereceste,
Todas as migalhas cederei - te um tanto...
Para que remates minha dor...

Quero dividir contigo meu tanto;
O tanto que a ti foi dado...
O meu tudo não consumido...
A dor que parida se fez criança
E morreras consonante.

Quero dividir contigo meu mundo,
O mundo que você dilacerou...
O fado espargido em esperanças
Que em minha porta nunca chegou.

Quero dividir contigo à surda boca,
Que nunca respondeu aos meus apelos,
Que absteve-se das respostas,
Que arqueada ainda arpeja nos meus versos.



sexta-feira, 23 de setembro de 2011

__INCERTEZAS__


Se eu tivesse um coração polido pela a verdade,
faria dos meus segundos, dias vagabundos,
divagaria como a lua, buscaria estrelas...
faria versos tresloucados pra transcender incertezas!

Se eu tivesse o espargir dos teus olhos a ladear
minhas manhãs; tudo ficaria mais simples...
o vislumbre se faria nítidas verdades e aos pés dos
meus olhos tu seria minha cortesã e senhora!

Se eu tivesse o dom da transformação; faria das
minhas quimeras sucintos versos,
e neles dilataria as cordas do meu coração,
e num canto derradeiro deixaria espargir-se
meu amor primeiro.





quarta-feira, 21 de setembro de 2011

METAMORFOSE


***

Lá se foi meus madrigais...
e com ele se foi meu
cavalinho feito de madeira,
meu suspensório de linho branco,
já tão surrado pelo o tempo...

Lá se foi meus madrigais...
e com ele minhas nuances
de menino levado;
meu estilingue na porta do tempo
acenando tresloucado,
dizendo adeus a pureza da vida!

lá se foi meus madrigais...
e aqui da janela do tempo, ainda
vejo no fusco da minha vista levada,
um menino tresloucado,
a lambuzar-se de esperanças.
A acenar pela a paz.

***

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

DESILUSÃO




DESILUSÃO

***

Eu sou o vão que suas mãos buscam,
A melodia que sussurra aos ventos,
Eu sou os lábios no tempo estacionado;
A seca boca a espera o tormento.

Eu sou o sonho vesgo e sorrateiro
Que todas as noites vem te sufocar,
Eu sou o verso fadado e deprimente;
A escassez no seu corpo a fatigar.

Sou a caricia que baila a espargir-se
Na sua pele tentando amenizar
Todas angustias e noites mau dormidas;
Sou a vertente lágrima a deslizar...

Sou o sôfrego que arde no seu íntimo,
A vastidão das suas mãos a se tocar...
Sou a incerteza que mora nos seus dias,
O vã desejoso a espera do chegar.



***



quinta-feira, 8 de setembro de 2011

ROTINAS



O tempo passou depressa
Qual brisa beirando o mar,
Levando por águas espessas
Ditames do seu olhar

Na janela da esperança
Me debruço a esperar,
Aquela que um certo dia
Prometeu não me deixar...

Mais o tempo foi cruel
E a rotina se fez,
Com ela veio a discórdia
A mãe da insensatez,
Que levou pra bem distante
Todo o amor que se fez.




segunda-feira, 5 de setembro de 2011

CORAÇÃO DE PEDRA

Oh! coração de pedra...
Como pesa carregar-te!
Como é dura a minha sina
Por devaneio levar-te!
Coração, sei, és de pedra;
De fornida solidão,
Sei que teu seio não nega,
A dor da separação.
Coração crostada em prantos
Estacionado na dor,
Na espera inconstante
Da volta de um grande amor...
De pedra te transformaram,
Por seguidas ilusões,
Por vã fictícios lábios
E pérfidos corações.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

DOCE MEL



***
O doce mel dos seus olhos
Minha guarida se fez,
E a sua boca matreira
Veio eriçar minha tez
...
E a minha ríspida noites
Sua boca fez definhar,
Com sismos e faceiros beijos
Veio o meu fogo atiçar...
...
Das suas mão recebi
Luz ternura e calor,
Da sua boca matreira
O espargir do amor...
...
E assim, enamorados
Fez-se senhora da razão,
E na penumbra do quarto
O exaurir da paixão.

***