POESIAS EM FOCO

segunda-feira, 31 de maio de 2010

CANTAROLANDO

Peguei a viola botei no surrão
selei meu cavalo pus o meu
gibão danei-me no mundo
cortando esses chão

Trotando astuto com a vil solidão
danei-me a galope sem água e sem
pão passando em paragens
no meu alazão

Corri cercanias a te procurar vivi a
esmo dias sem o teu olhar vivendo
a esperança de te encontrar...

Enfim vi meus dia de sonhos chegar
vislumbrei distante o teu meigo olhar
e chegada a hora dos meus sonhos cessar.

SERTANEJANDO

Cantarolando em versos minimizo
a dor rebusco no meu reverso um
aconchego um amor faço das
letras prelúdios atropelando a dor

Canto amores perdido a dor da
desilusão canto a chuva canto o sol
canto o inverno e o verão canto amores
perdidos canto o adeus e a emoção...

Canto o Rouxinol matreiro nas
quebradas do sertão canto o burro
zarpado canto a mão-de pilão labutando
em Tic tac pra formar o farto pão

Canto ás mãos calejadas do caboclo do
sertão que com chuva ou sem chuvas não
larga do seu torrão que tem por santo devoto
o Padre Cicero Romão

TUA AUSENCIA

Sinto falta dos teus lábios que somente
em sonhos pude tocar, das tuas mãos que
ávidas acalentavam em quimeras meus
íntimos pensamentos

Sinto falta da branquidade da tua pele, do
perfume que adocicava minhas noites em
nítidas orgias, dos teus ais de fêmea manhosa
que fazia parir intensos desejos

Sinto falta do tempo em que dormias nos
meus lábios e acordava nas minhas esperanças!
Sinto falta até das promessas não cumpridas
quando dizia nunca me deixar...

Sinto falta de tu doce aragem que meus
sonhos fez dilacerar, que lânguido deixou
os dias meus, que a insensatez em teu
seio deixou permear.

ENFIM TE ENCONTREI

Num mórbido mundo galgava meus passos
trémulos e errantes em busca de um amor
sob o luar que vagava no espaço também
vagava minha triste dor

Percorria andando a esmo solitário
vagando em dias e noites descontente
trazia comigo a dor de um calvário e no
meu peito um coração fremente...

Enfim achei teus olhos que perdi,nos
quias eu vi sonhos e desejos; revi
meu norte e o fim da procura
no desposar do teu macio beijo.

ACEITAÇÃO

Temos que gradualmente sermos capazes de aceitar tanto os pecados quanto as virtudes dos nossos semelhantes, temos que cunhar a poderosa e significativa expressão: “ Podemos nós amar sempre o melhor e nunca temer o pior dos outros” A verdade é que temos que fazer uso de alguns fatos desagradáveis, mas o teste real é a maneira pela qual nos comportaremos. Temos que ter certeza permanente de não sermos como o roto que fala dos esfarrapados.











Vantuilo Gonçalves

CONTRADIÇÕES

Teu amor é labareda queimando meu
coração é sol é aragem mansa é
inverno e verão é a secura e a fome é
vulcão em erupção...

É lava que queima o corpo é desejo e
fenecer a chuva que abranda a flâmula
que vive acesa a querer esse teu corpo
matreiro que dança em meu padecer...

Teu amor é utopia é verdade descabida,
é canto da passarada é momento da
partida é versejo é bramido é o adeus
da despedida...

É albatroz que vaguei no ápice do
pensamento, é alegria é dor é o afável
momento, é livre rio a correr o
meu eterno tormento.

BOCA

Boca que proferi que dita e que faz que vive
no recôndito da minh'alma a gemer em ais...
boca que clama que braveja meu nome, que
busca com palavras fáticas alimentar mentiras,
que vive mendigando amores, ludibriando
frágeis corações
Boca que frementeia meu corpo que deixa
cicatrizes em meu ego, que meu beijo
morde, que meus apelos acode; boca cura
boca impura, boca que delata meus vícios
que suga meu íntimo...
Boca que absorto molha meu lençol
em pensamentos clandestinos, boca
que indómita moteja meu corpo, que
prolifera o pecado, que escasseia
as minhas vontades que faz exaurir
minhas noites.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

SUPREMO QUERER

Teu sorriso enobrece meu viver
faz-me viajar no universo de doces
quimeras, é espécime que a natureza
inveja é a eloquência em meus versos...

Teus sorriso que me veio como brisa
mansa refrescando meu coração que ao
léu clamava em prantos a presença tua

Teu sorriso que furtou-me a solidão
me deu vida me deu chão e fanal que
guiará para sempre os dias meus.

AQUELES OLHOS

Onde andam aqueles olhos... olhos
que apaziguaram o sofrer dos meus dias,
olhos que tanto procuro, olhos que foram
faróis nas minhas noites frias
Onde estão aqueles olhos? olhos que
falavam-me de amor de esperanças e cor!
olhos de estrelas! olhos que em meus
sonhos brilhavam mais que nunca vi a cor
Onde estão aqueles olhos, que procuro
mundo afora que busco ao raiar do dia
mais que o sol levou embora
Onde estão aqueles olhos? que navegam na
minha imaginação que a insensatez e o
tempo furtaram das minhas mãos.


**

TEU PEJO

TEU PEJO

Bendigo a tu senhora dos meus sonhos
que de esperanças banhou a minha vida
ô! doce lábios que me deu guarida
que de mansinho destroçou meu mundo...

Estar com ela foi sempre meu sonho
sermos só um na mesma moeda, beber o
vinho de longas esperas, e rirmos junto
das nossas quimeras...

Sugar sem pressas os loucos desejos e do
teu pejo ser um invasor dormi no ninho
do teu terno amor, e acordar mordendo
teus beijos!


**

Todos direitos reservados ao autor

Vantuilo Gonçalves



Dança comigo dama minha!
dê-me essa graça que em meu peito
anseia, faz meus desejos incultos
de sonhos realizar-se...

Dança comigo dama minha,
dê-me a graça nunca concedida
a mim que sempre fui tão esquecido;
oh! senhora dos soluços meus, dê-me o prazer...

Vem dama minha, entrelaças teus braços
nos meus sonhos e faz-me um minuto
delirar ao som de Lord Wilson, deixa que eu
navegue docemente atingindo a nirvana ideal !

Dança comigo doce dama, esqueces os
dessabores dos dias idos e vem nesse gozo
fremente sentir nossos anseios
consumados.