POESIAS EM FOCO

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

VOCÊ


VOCÊ

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Você é como um canto infindo...
Saudade em meu peito crescendo,
Aurora que desperta cantando,
Desejo em meu corpo nascendo.

É toque que abrasa meus sonhos;
O ápice que declina querendo...
Aragem que refresca minhas noites;
Boca que sussurra morrendo!

Você é como um gosto cortante...
Verdade faceira; fremente!
Torrente que naufraga meu gozo,
Afago no meu ego, cedente!

É brisa que assanha meus tímpanos,
O sismo em minha tez a valsar,
Segredo entre o céu e a terra,
A boca que me faz exaustar.



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terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

DO ENCONTRO A PAIXÃO


DO ENCONTRO A PAIXÃO

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Do encontro nasceu a esperança,
O preencher de um corações tementes...
A harmonia em versos toantes,
O florescer de um amor eloquente.
...
O estranho bateu em minha porta,
Se é real ou utopia não sei;
Mas eu sei que são ternos momentos,
E a mania de sentir você.
...
Quando chegas com tua candura,
De menina que vela minha vida!
inebrias minhas noites de insônias,
Com teus lábios de mel e guarida...
...
Hoje rogo meus Deus, em clemências;
Se for utopia não venha mim faltar;
Se for verdade perdure pra sempre,
E solenize meu gosto de amar.


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sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

GUIA



GUIA

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Você é meu guia, meu conto de fada
A eterna alvorada quieto viver...
Meu clima ameno êxtase profundo,
Pedaço de mundo, dona do meu ser.
...
É flor que no campo perfuma a brisa,
Rosa colorida aragem, querer!
É luz matutina, eterna menina;
Estio do ano a me entorpecer.
...
Guia singular de eterna grandeza,
Que a mãe natureza singela moldou;
Veemência do amor, de sonho e paz,
Que os ancestrais pra me guardou.
...
Tu tem a candura da flor lá do campo!
Que muitos almejam um dia cheirar,
Tem toque subtil, é graça e leveza,
É o alimento a me sustentar. 

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sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

PASSAR DO TEMPO



PASSAR DO TEMPO

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O tempo passou depressa
Qual onda beijando o mar,
Deixando rastos profundos
E um legado ocular!
...
Seus caminhos venturosos
De glamour e perfeição,
Valsam em meus pensamentos,
E orbitam em minha razão...
...
E num vai e vem enfadonho
Faz meu corpo encarquilhar,
Torna turva a minha mente
E faz meus dias escapar.


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segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

SOU A SOLIDÃO



SOU A SOLIDÃO

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Sou o choro sem soluço,
Sou poesia sem cor!
Sou cântico fúnebre da vida,
Sou desventura do amor...
...
Sou as mãos a tatear
A procura de um guia,
Sou penitência do amor...

Sou desvario da vida.

...

Sou, lágrimas dos amantes

Que a distância desfez

O laço que lhes uniam;
Sou a figura da vez!
...
Sou o vazio que o tempo
incumbiu-se de cuidar,
Sou a espera constante
De quem prometeu voltar.


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quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

VELHICE




VELHICE

A terna aurora da minha infância
Deixou meu corpo se encarquilhar;
No céu nublado da minha inconstância
Vou tateando pra ela encontrar.
...
Minhas moletas a galgar no tempo
Deixaram rastos de grandes paixões,
De tempos idos que alargam meus dias,
E abstém-me da sofreguidão.
...
E o carrossel da vida girando...
Deixando vivos o legado meu,
E na turves dos meus passos incultos
Vou tropeçando em busca do meu Eu...
...
E a afável moenda do tempo,
Até me trouxe a consolação,
Pois bem já sei que o ápice da vida
Por mim passou e não volta mais não.

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Ps. Esta poesia foi inspirada no relato de D. Esmeralda, uma Senhora de Oitenta e Seis anos, que vive em um desses asilos de idosos aqui no Ceará. Ela contou-me com detalhes os sabores e dessabores da sua vida.