POESIAS EM FOCO

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

PERFÍDIA



***

Vislumbro no infinito dos seus
Pálidos gestos toda amplidão das
Minha esperanças a cambalear em
Pérfidos lábios...
Na agrura dos meus dias; canto teu corpo
Nu, deliro na sua seca , e vejo na
Aspereza do tempo teus olhos a fugir
Em sequiosos prantos.


***

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

** PRA VOCÊ**



Pra você eu dou meus versos
E o doce mel do amar,
A neve branca do céu, o ébano do meu olhar
A pureza de um menino e o meu desejo de amar.

Pra você eu dou a vida,
Dou a minha mão amiga na alegria e na dor;
Serei seu pão e guarida à sua garoa,
Amiga pra refrescar o calor.

Pra você eu dou a cor, dou o vento e a quimera,
Dou a luz e a primavera, dou meus braços no luar,
Dou minha boca matreira,
Pra teus beijos repousar.


***


* Essa Poesia faz parte do livro Antologia Poética Nacional,
No qual fui selecionado com duas poesias,
*GUIA* e *PRA VOCÊ*

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

SONHOS



Quando minha voz ecoa sem
destino sinto o solene fogo da
paixão que arde a alma e cambaleia
errante no universo da tua amplidão.


Quando tua voz matuta e querente
traz-me desejos avassaladores
a esperança em mim descortina
um universo colorido em flores.


Quando o vergel da aurora desperta
vejo teu rosto em vício a brotar,
sinto o olor das tuas promessas
que em noites insones vem me visitar.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

LATENTES DESEJOS






Perco-me no aroma
Do teu corpo insaciável,
Nas mordidas faladas
Aos pés do ouvido,
No tatear dos meus sonhos
molhados; nas
Tuas mãos noturnas
A fantasiar meus
Diurnos dias.
Perco-me no tecer da tua boca
Nua, a escorregar sem
Siso rumo ao pecado,
Perco-me na dor da espera
que desespera, que corre rumo
Ao desejo infinito,
Perco-me no rasgo da minha
Voz pálida, que jaz de sede
na porta da tua foz.


***

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

*** MISÉRIA***



Imagem em pedra e sabão retratando a Miséria da seca.
Obra do Escultor Senadorense Vamirez Argemiro Gonçalves


TROVAS

Sou obra da ignorância, sou aliada
Ao sofrer sou rosto encarquilhado
Sou um sombrio viver, sou voz que
Grita calada aos ouvidos do poder.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

*** A NATUREZA**



Eu sou o canto dos pássaros
O voo do bem-te-vi, sou corte fino da
Enxada o cintilar do colibri, sou
Choro da terra seca quando tarda o
Inverno vir.

Sou o torrão ressequido,
Sou ave de arribação, sou fino
Doce da cana sou azedo do limão,
Sou chuva mansa ou bravia,
Sou o barulho do trovão.

Sou canto farto e saudoso do menestrel
Sabiá, eu sou o verde das plantas sou o
Salgado do mar, sou desabrocho da
Rosa com seu doce perfumar.

Sou o eco da cigarra, nas quebradas
Do sertão, sou a pele esverdeada do bicho
Camaleão, sou uma criação suprema
Do pai de toda nação.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

QUIMERAS



Lembro teu corpo que fremia, ao toque
Das minhas mãos que ardiam em
colossais desejos, em insanos querer,
Em quimeras vencidas .

Lembro nacarados lábios a navegar sobre
Meu corpo, dilatando desejos, ditando
Regras, matando a fome que ainda
Dorme no leito da espera .

Lembro ardentes beijos que somente em
Sonhos se cruzaram, lembro sua
Branquitude a ondear minhas noites
De loucas quimeras...

Lembro de tu oh mulher! Que presente vive
Em mim, que em sonhos arranca prantos
E delicias, que em meu peito faz arraigar
A esperança de um dia ser minha.



***

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

** RECORDAÇÕES**














Hoje o tempo visitou minhas saudades,
Revivi meus ternos madrigais,
Ressonei à sombra do algaroba, vislumbrei
Meus belos coqueiras...

Percorri as ruas tresloucado, vi meus
Sonhos infantes a cavalgar, vi meus
Pés minúsculos e descalço, o torrão
batido a massacrar.

Viajei por belas serranias no selim
Do tempo a trotar, naveguei nas
Águas das lembranças, que hoje
O tempo fez-me recordar.

Me lembrei das ruas mal dormidas, do
Valão onde ia me banhar, do coreto na
praça da matriz onde a banda eu
Eu ia ver passar...

Hoje restam apenas as saudades, que a velhice
Trouxe ao relembrar, os bons momentos idos
com o tempo, que no tempo não
Mais hão de voltar.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

*** AUSÊNCIA**

Dissolveram-se minhas lágrima, e
estático fiquei no tempo, onde a tua ausência
Visita meu fúnebre quarto e o canto
Vazio transcende o emudecer.
O tempo e isso mesmo... traz-nos deleites
E nos leva ao desespero da falta;
A falta que faz-se maiúscula aos
Olhos da esperança, a falta que faz-me
Tatear na tua ausência, a falta que silencia
Minh'alma, e em desalinhos deixando meu viver...
A falta que me faz derramar maiúsculos ais,
A falta que entrelaça os braços da saudade
Aos da esperança de te ter de novo
Nos braços meus.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

SECA NO SERTÃO




Sol a pino queima a terra
Ressecando o ribeirão
Lagoa geme de fome nas
Quebradas do sertão

A água desce fininha
Com Preguiça a soluçar
O sapo coaxa a seco
Berra triste o boi fubá.

O vento retorce a mata
Num Abafado trotar
Canta triste o inhambu
Se enclausura o sabiá...

O luar se faz miúdo,
Desface o meu cantar,
Chora inane a terra quente
Morre a seco o boi fubá.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

** DOCES UTOPIAS **


Como densas nuvens viajante em
Noites frias tu visitá-me, deixando
Impregnado em meus lenções o
Doce olor da esperança.

Como nuvens densas que nos céus
Habita, tu chegas sorrateira como lívido
Anoitecer, atordoando meu sono com
Com toques sussurrantes ...

E assim passas qual névoa brava
Em minhas noites de insanos sonhos
Dilacera um coração que em desespero
Espera sem cessar um toque
Real dos lábios teus.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

___ BUSCAS___




Busco no fusco dos meus pensamentos
Teu rosto meigo e acolhedor que
Deserto deixou meus sonhos; busco nas
Brumas que nos céus revoa tua boca
Solícita a pedir-me a mor.

Busco na brisa leve que acarícia meu rosto,
Suas mãos anfitriãs e ternas a fazer-me
Adormecer em sonhos recheados
De esperança avassaladoras.

Busco na aurora frívola dos meus dias teus
Nacarados lábios que outrora
Abrigavam meus desejos em
Toques suteis...

Busco tu oh! mulher... que em mim se fez
Verbo, que delatou meus pecados e
Vícios, que perpetuou meu sofrer.

***