POESIAS EM FOCO

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

PAULISTINHA

PAULISTINHA

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Bebo a sua voz mineral
Que acalanta minhas noites,
Que enche meus ouvidos de *S' esses
Atordoando minha secura.

Deliro nos toques das suas mão caçantes,
Que peregrinas valsam no meu corpo
Em utopias tresloucais.

Abstenho-me nas palavras vibrantes;
Que o receio engole,
Que a distância dita,
Que o seus lábios calam.

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quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

TODO SEU




TODO SEU

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Do sentimento sou o grito
Que ecoa na amplidão,
Do seu corpo sou o controle
Que te abstém da ilusão,
Dos seus desejos sou ápice;
Da sua boca a paixão!
...
Do seu céu sou o arco-íris
Em matizes sem igual,
Das suas mão sou o toque
Em um apelo final,
Sou eriçar da sua pele
Em frenesim tresloucal!
...
Do sol sou raio nascente,
Pra sua cútis banhar,
Das madrugadas a aurora;
Da água sou o neblinar,
Pra de leve e sorrateira,
No seu corpo velejar,
...
Da chegada eu sou o grito,
E o terno aperto de mão,
Da dor eu sou o antídoto
Que sana a dor da paixão,
Da sua vida; serei vida;
E tudo afinal então.

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quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

EXAUSTÃO DO AMOR


EXAUSTÃO DO AMOR

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No silêncio de noites vadias
Nacaros lábios a brisa aquece,
E entre faces, ritos e poesias
A sua boca a minha esmaece ...
Dança no ritmo das minhas querenças
A sua boca de terno soar,
E entre ganas e gemidos faceiros,
Sinto seu corpo no meu a se arfar...
E assim a noite declina insana,
E nosso corpo insones a bailar
Ainda buscam forças exauridas
Que os desejos teimam em encontrar.


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segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

AMOR POR DEVOÇÃO



AMOR POR DEVOÇÃO

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Hoje quero seu abraço,
Quero um aperto de mão,
Quero aconchego devasso;
Ser fanal na escuridão.
Quero ser a sua gana
Em singrarias matreiras,
Ser seu dengo e manias;
Seu ápice de corpo inteiro.
Quero ser o longo embalo,
Da mais perfeita canção,
Espargir-me em seu regaço
Ser amor por devoção!



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quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

VELHO POETA


VELHO POETA



Eu faço da poesia meu passatempo fiel,
Faço rimas canto versos com gosto de um menestrel,
Com mãos trêmulas e calejadas designando um papel
...
Faço versos com o tempo que servi-me de companhia;
Vago ruas subo montes, entro em quarto de orgias,
Entre rabiscos e letras conto a vida em poesias
...
Faço da minha linguística um acervo sem igual,
Das angustias o acalanto, dos Devaneios o real,
Do leigo faço um sábio , do infiel um leal.
...
Eu faço da primavera meu refugio de orgias,
Do néctar de uma rosa, faço canto e melodia
E da fusão que se dá, toco a vida em harmonia...
...
Do fúnebre eu faço o vivo, cantar meigo e verdadeiro,
Das trevas a claridade a iluminar por inteiro
Um universo sombrio num instante derradeiro.
...
Com o corpo encarquilhado sem muito apoio nas mãos,
Sou intrépido na luta e tenho por devoção
Transmitir a toda gente meu verdadeiro quinhão.

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Dedico este meu breve versejar ao meu amigo e poeta
João Lira, que com 86 aninho de idade ainda brinca com as letras.



quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

SEU TUDO



SEU TUDO

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Sou seu presente, presente,
Sou seu desejo a arraigar-se;
Sou sua doce melodia
Ao som das águas do mar.
...
Sou o cântico faceiro
Que ecoa na imensidão,
Sou barco que a deriva invade
O seu coração!
...
Sou debeis mãos vagabundas,
No seu corpo a dedilhar,
Sanando seus dessabores
Fazendo-lhe em sono sonhar...
...
Sou o bendito matreiro
Que te alegra o coração,
Sou o ápice dos seus desejos,
Sou tudo afinal então.

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quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

DESEJOS MEUS




Óleo & Tela- De Eloisa Moura - Casa do Tio Dito

DESEJOS MEUS


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Quero um lugar, uma brisa...
Quero verdades à toa;
Campos de verdes, vadios
Onde um poema se entoa!
...
Quero abraço de chegada
E um terno aperto de mãos,
Quero céu sem trovoada,
Quero amor n'amplidão.
...
Quero o vergel das campinas,
E uma pequena garoa,
Quero beber os teus lábios,
Quero viola das boas...
...
Quero um balança de rede
E uma neblina no chão,
Quero uma casa de alpendre,
Quero um amor com razão.


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quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

MEMÓRIAS

MEMÓRIAS

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Hoje cansado das minhas andanças
Busquei rever vestígios na memória,
E navegando no meu coração
Vivi um pouco da minha história.

De sobressalto o meu sentimento
Enveredou no mar da ilusão;
Buscou demente teus pérfidos lábios
Que em mim deixaram o peso da ilusão...

E esse amor cravado em meu peito,
Qual cravo forte nas mãos de Jesus,
Faz-me galgar insano e imperfeito
O hostil e eterno calvário da cruz...

Diz-me senhora dos meus sentimento,
O que te fiz pra padecer assim?
Se em outrora era o meu sossego,
Hoje é a marca que arde sem fim.

Então te peço em eternas súplicas,
Que venha um dia ver meu padecer,
E reconheças que não tive culpa
Do sentimento que em mim foi nascer.

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quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

MOLDANDO-ME



MOLDANDO-ME

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Quero cantar a dor dos meus erros...
Buscar no meu íntimo as verdades cortante,
Quero alquebrar minh'alma em buscas incessantes
Por veredas, por mim nunca trilhadas.
Quero ser o julgo constante da minha língua errante,
Ser o crivo penitente da minha visão alheia...
Ser o tosquiador da minha própria pele.
Quero beber no cálice dos pecados meus!
 Ser minúsculo diante da fé dos que dizem tê-la,
Quero ser luz parda na cabeceira das verdades;
 Se ira sem eco, pra não ferir os tímpanos dos meus.

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